quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O primeiro Post!

Pois bem, estou inaugurando o meu Blog com a narração de uma tragédia que ocorreu em meu apê.

Dias atrás eu estava dando uma arrumada em minhas coisas quando notei algo estranho no batente da porta da cozinha. Um ponto marrom e um verde se mexendo... fui olhar de perto o que era.

Chegando mais próximo vi que uma aranha marrom pequena havia construído sua pequena casa (teia) ali e se acomodado tranquilamente à espera de uma presa. O ponto verde era um inseto de nome Nezara viridula que é popularmente conhecido como "Maria Fedida" por exalar um forte odor quando está ameaçada. Vou chamá-la de D. Maria no decorrer desse texto. O ponto verde se aproximava em rota de colisão à teia da sossegada aranha. Eu sabia que ia dar merda...

Peguei um torrone e um copo de suco de laranja e sentei pra assistir de camarote. A D.Maria passou pela delicada teia da aranha sem tomar conhecimento rasgando-a toda e estragando a casinha da Aranha. Nesse momento observei que a aranha resolveu reagir indignada. Ela foi atrás da D. Maria que já havia ultrapassado os limites da teia, alcançou a Maria e começou a prender os pés da mesma com as teias, enquanto a D. Maria com a sutileza de um elefante continuava andando sem tomar conhecimento. A aranha não dava trégua e enchia ela de teia.

A coisa ficou mais interessante depois que a aranha conseguiu levantar as patas traseiras da D. Maria e ela ficou patinando com as dianteiras. Ela amarrava a D. Maria e corria pro outro lado e prendia a outra ponta da teia no batente da porta. Depois de alguns minutos ela levantou a Maria toda! Nesse momento saquei que a D. Maria estava ferrada mesmo!

Depois de levantar a D. Maria, a aranha com uma técnica nata começou a puxá-la em direção ao emaranhado de teias, e D. Maria se debatia mas sem apoio ela estava indefesa. Então a aranha começou a dar voltas nela, enrolando-a como em um casulo e deixou a presa viva pra quando tivesse fome pudesse degustá-la fresquinha. Eu poderia ter acabado com a festa mas não quis interferir na natureza.

Levantei e abandonei o cenário pra terminar minhas coisas. Vira e mexe eu dava uma olhada lá pra ver a situação da D. Maria e ela estava lá presa, inerte, só mexia as anteninhas num silencioso sinal de desespero.

No dia seguinte acordei, tomei banho e fui trampar. Na volta olhei de novo o cenário e lá estava a D. Maria ainda viva e a aranha tranquila olhando a paisagem. E enquanto a D. Maria estava presa enrolada na teia ela devia estar pensando: Mas porque eu tinha que ter passado por ali meu Deusss!!! Desespero...

Aquilo era cruel, mas eu que não ia me meter pra coisa não feder! Deixei quieto fui pra academia.
No outro dia cedo olhei de novo e a D. Maria estava seca, esturricada, seu corpo verde passou a ser cinza. Olhei pra aranha e ela estava gorda. Aconteceu!!! O banquete aconteceu! A aranha comeu a D. Maria. Eu a deixarei viver mais um dia.

Sexta feira é dia da faxineira passar lá em casa. Esqueci de dizer a ela sobre a aranha e fui trabalhar. Na volta não tinha mais teia, nem aranha e nem carcaça da D. Maria... todos foram varridos dali pela furiosa vassoura da faxineira.