quinta-feira, 15 de julho de 2010

Cientistas: Maconha não é tão prejudicial quanto o tráfico

Carta assinada por quatro neurocientistas e divulgada nesta quarta (14/07/2010) colocou em pauta a descriminalização da maconha. Em entrevista a Terra Magazine, um dos signatários, o professor da UFRJ, Stevens Rehen, explicou a motivação do polêmico documento, defendeu que a maconha não é tão prejudicial à saúde como outras drogas e criticou a política atual. "Eu pessoalmente acredito que o impacto do tráfico é maior que o da ingestão da maconha."

A carta foi uma resposta do grupo de cientistas à prisão do músico Pedro Caetano, detido há cerca de 12 dias sob acusação de tráfico por plantio de maconha. A lei brasileira não prevê a prisão por plantio, e por isso o grupo questionou a ação envolvendo músico da banda Ponto de Equilíbrio. Na lei 11.343, estão previstas apenas medidas educativas e prestação de serviços comunitários nesses casos.

Rehen acredita que a legislação brasileira avançou ao diferenciar usuário de traficante, mas defende um outro tipo de regulamentação. "Eu não sou a favor da liberação, sou a favor da descriminalização", diferencia.

- É preciso uma regulamentação, a mesma política que existe hoje para o álcool. Se o sujeito fuma maconha e vai dirigir, ele é preso. É diferente de liberação da maconha, é enquadrá-la dentro dos perigos que existem, para permitir o convívio em sociedade.

O presidente da SBNec (Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento), Marcos Vinícius Baldo, dá mais um motivo para rediscutir a lei atual.

- O cigarro é extremamente nocivo à saúde e não é uma droga ilícita. Os usuários de cigarro e álcool representam um problema de saúde pública certamente maior que o uso da maconha. Não só em termos de custos à saúde pública, mas de danos a terceiros e outros problemas.

Benefícios x Malefícios

Rehen ainda acredita que é preciso diferenciar usuário de maconha de usuários de cocaína, craque e outras drogas ilícitas. O uso da maconha em excesso, diz, causa dependência e a droga pode ser prejudicial em casos de problemas respiratórios. Apesar disso, o risco de dependência é menor em relação a outras substâncias.

Ele ainda ressalta os benefícios medicinais da maconha, que incluem o tratamento de obesidade, perda de apetite. A droga, conta, já chegou a ser usada em pacientes de câncer terminal.

Fonte: Terra Magazine

Um comentário:

Jessie Miranda disse...

como diz uma amigo meu:

L I B E R A

P.S.: Um ótimo fim de semana, Drizinho!
fique com deus